terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Torre - Tasso da Silveira

Segue um breve porém magnífico poema do grande poeta, escritor e ensaísta brasileiro Tasso da Silveira, que consta de sua obra "Alegria do Mundo", de 1940.


          Torre

      Os ventos altos
         vindos das distâncias perdidas
         bateram a torre do meu corpo.
         Bateram a torre esguia e longa
         e puíram-lhe os ornamentos raros,
         desfiguraram-lhe a feição de beleza,
         como o mar milenário
         desastou as arestas vivas dos rochedos
         imemoriais.
         Não apagaram, porém, a lâmpada
         solitária e serena
         que ardia no silêncio...
         e os meus olhos, rosáceas claras, abertas
         para a paisagem
         do teu ser,
         ficaram coando sempre o clarão suave e leve,
                                                            ficaram adolescentes
                                                            para sempre...

             

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